História

Hadiley Sacramento e João Mota, jogadores portugueses de Goalball. Fotografia: ANDDVIS
 

O Goalball, modalidade desportiva paralímpica criada exclusivamente para pessoas cegas e com baixa visão, foi originalmente desenvolvido em 1946 por dois médicos, o austríaco Hanz Lorenzen e o alemão German Sepp Reindle, com o propósito de apoiar a reabilitação dos soldados que haviam perdido a visão na II Guerra Mundial.

O Goalball é jogado num campo indoor e as equipas têm três elementos cada. 

O objectivo do jogo é marcar golos na baliza adversária, disposta a toda a largura do campo, lançando uma bola que pesa 1,250 Kg e que está equipada com um dispositivo sonoro que permite aos jogadores identificar a sua trajectória. É por essa razão que o silêncio durante o jogo é essencial, e é igualmente entendido como um sinal de respeito para com os atletas e todos os outros elementos participantes. 

Em campo, todos os jogadores usam viseiras opacas, o que permite que atletas com diferentes graus de deficiência visual, participem em condições de igualdade.  

O Goalball é um desporto singular, uma vez que é a única modalidade desenvolvida originalmente para atletas com deficiência (todas as outras modalidades são adaptações de desportos originalmente concebidos para pessoas sem deficiência).

Ao longo das décadas, o Goalball foi evoluindo até se tornar num desporto de competição. A sua apresentação oficial aconteceu em 1976, nos Jogos Paralímpicos de Verão de Montreal (Canadá). Seguiu-se o primeiro campeonato mundial de Goalball, em 1978, na Áustria, e dois anos mais tarde, em 1980, a modalidade passou a integrar oficialmente o movimento paralímpico.

O Goalball é uma modalidade mista desde 1984, ano em que atletas femininas, pela primeira vez, participaram oficialmente num jogo disputado em Nova Iorque.

Portugal deu os seus primeiros passos na prática do Goalball em 1992, e desde 2008 é dirigido pela ANDDVIS (Associação Nacional de Desporto para Pessoas com Deficiência Visual), em delegação da FPDD (Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência).

Campo

O campo de Goalball mede 9m de largura e 18m de comprimento e cada metade está dividida em três secções, com linhas a cada 3 metros. As balizas medem 130cm. 

 

Imagem de um campo de Goalball; IBSA (2017)

 

Todas as zonas do campo são delimitadas por linhas, marcadas no chão com fita adesiva. Debaixo da fita adesiva são colocadas cordas, de modo a que as marcações de campo sejam detectáveis ao toque pelos jogadores e permitam a sua orientação no campo.

Cada equipa tem uma área de banco posicionada em cada lado da mesa da arbitragem, com um mínimo de 3m da linha lateral do campo.

No intervalo do jogo, as equipas trocam de área de banco, assim como os lados do campo. 

 

Pavilhão do Castêlo da Maia Ginásio Clube - Taça de Portugal 2016/2017. Fotografia: ANDDVIS (2017)

Regras

A prática competitiva do Goalball rege-se pelos Regras da IBSA (International Blind Sports Federation). 

Recentemente, a IBSA aprovou os novos regulamentos que irão vigorar entre 2018 e 2021 (passam a ser efectivos a partir de 1 de Janeiro de 2018). Para consultá-los, pode aceder à secção de Documentos Desportivos de Goalbal no site da entidade, aqui

Para aceder à ficha de alinhamento, basta clicar aqui.

 

Arbitragem

Equipa de arbitragem da Taça de Portugal (Junho, 2017). Fotografia: ANDDVIS

 

Em todos os desportos existem regras que têm de ser cumpridas. Por essa razão, os árbitros são elementos fundamentais num jogo de Goalball, pois são eles que estão em completo controlo do jogo e asseguram de forma consistente a qualidade das funções de arbitragem. 

Os árbitros e oficiais de Goalball recebem formação e certificação adequadas para desempenharem as suas funções. Mantém-te atent@ às formações que vão acontecendo ao longo do ano - podes vir a ser um dos próximos árbitros de Goalball em Portugal!  

 

Classificação

Os atletas que jogam Goalball têm diferentes graus de deficiência visual, categorizada em 3 classes:

B1 - Nível de acuidade visual muito reduzido, com a possibilidade de não haver percepção da luz e de não reconhecer a forma de uma mão em qualquer distância ou direcção;   

B2 - Acuidade visual maior do que a da classe desportiva B1. Pode ir desde o reconhecimento da forma de uma mão até à acuidade de 2/60 e/ou campo visual inferior a 5º.

B3 - O grau de deficiência visual menos severo e o nível mínimo elegível para praticar um desporto paralímpico. 
Os atletas incluídos nesta classe têm o mais elevado grau de acuidade visual - superior a 2/60 a 6/60 e/ou e/ou campo visual superior a 5º e inferior a 20º.

Atletas classficados nas três categorias competem juntos, uma vez que estão todos devidamente vendados o que assegura que todos jogam em condições de igualdade. 

A classificação é realizada com recurso a testes oftalmológicos e é da responsabilidade de oftalmologistas, optometristas ou outros responsáveis médicos da área oftalmológica devidamente certificados pela IBSA e pelo IPC.